A Corrupção do Mercado de Idéias: Uma Reflexão sobre Poder, Ciência e Sociedade
A pandemia do COVID-19 trouxe à tona questões profundas sobre a interseção entre ciência, poder e sociedade. Ao analisar as origens da doença e o financiamento por trás da pesquisa de virologia, fica óbvio como ideias perigosas podem proliferar em nossa sociedade, evidenciando a necessidade de uma análise crítica do papel do poder na formação do nosso mercado de ideias.
A maioria de nós foi direta ou indiretamente afetada pelo vírus da pandemia do COVID-19. O início da pandemia lançou luz sobre vários aspectos de nossa sociedade, principalmente a percepção de que não era apenas mais uma teoria da conspiração 'de direita'. Está bem claro que, mesmo que o COVID-19 não tivesse acontecido quando aconteceu, sempre seria uma possibilidade plausível. As origens do COVID-19 remontam ao SARS-1, uma doença que emergiu de morcegos e se espalhou para civetas antes de passar para os humanos. Embora menos prevalente, o SARS-1 apresentou uma ameaça significativa à saúde, com uma taxa de mortalidade que fez com que as variantes subsequentes do COVID parecessem brincadeira de criança em comparação.
Um dos efeitos posteriores significativos do SARS-1 foi a maior importância atribuída à virologia, particularmente o estudo dos coronavírus de morcego. O reconhecimento das ameaças potenciais que esses vírus podem representar levou a um influxo de financiamento para a virologia, destacando sua posição como uma ciência estabelecida. Os pesquisadores começaram a explorar esses vírus com mais atenção, impulsionados pela urgência de prevenir futuros surtos. Quanto mais os coronavírus de morcego eram estudados, mais importantes eles se tornavam na comunidade científica.
A priorização do estudo dos coronavírus de morcego também foi influenciada pela possibilidade de bolsas de pesquisa. Isso levou a uma iniciativa para entender o que aconteceria se um coronavírus de morcego sofresse uma mutação e infectasse humanos. Em busca disso, os cientistas começaram a realizar pesquisas de ganho de função, mutando os vírus para estudar seu potencial impacto nos seres humanos. Essencialmente, seria como alguém incendiar as cortinas de casa para ver se, caso houvesse um incêndio real, seria possível se salvar.
Obviamente esta pesquisa não foi isenta de problemas. A realização dela em um laboratório com condições de biossegurança negligentes apresentou riscos potenciais, especialmente devido à capacidade dos vírus de infectar humanos após mutação. No entanto, apesar dessas preocupações, a pesquisa continuou, em grande parte financiada por doações americanas, principalmente do National Institute of Health, sob forte influência de Anthony Fauci.
A aceitação de uma ideia tão arriscada como a pesquisa de ganho de função dentro de uma comunidade de virologistas profissionais nos leva a questionar por que essas ideias ruins encontram um ponto de apoio em nossa sociedade. Ele aponta para uma questão maior relativa à proliferação de ideias prejudiciais na sociedade. Na verdade, essas ideias, por mais absurdas que possam parecer, conseguiram de alguma forma encontrar sucesso no mercado de ideias, que é dominado por indivíduos com anos de experiência e alto nível de inteligência.
A capacidade de proliferação de idéias nocivas em nossa sociedade suscita uma discussão sobre o uso do autoritarismo e seus impactos. Historicamente, as monarquias têm sido vistas como sistemas que suprimem boas ideias. Nossa realidade atual mostra que as sociedades democráticas, que operam em uma estrutura oligárquica, também são culpadas de promover idéias ruins. Não é uma decisão consciente de um grupo específico de pessoas, mas um sistema que inerentemente encoraja essas ideias prejudiciais.
Nesse sistema, há uma clara divisão de autoridade e responsabilidade. As pessoas que desempenham papéis significativos no endosso e na realização de pesquisas perigosas raramente são responsabilizadas. Essa falta de responsabilidade contribui para a existência contínua de ideias prejudiciais na sociedade. A atratividade dessas idéias geralmente decorre do senso de importância e relevância que conferem àqueles que as apoiam.
O fenômeno de conferir autoridade a especialistas costuma ser bem-vindo sem pensar duas vezes. A lógica por trás disso é que, sendo especialistas no assunto, esses indivíduos estão em posição ideal para tomar as melhores decisões e governar seus respectivos domínios com eficácia. No entanto, uma faceta oculta desse arranjo que muitas vezes é negligenciada é a suscetibilidade humana à corrupção que acompanha o poder. O fascínio da autoridade e as vantagens que ela traz podem levar esses especialistas a esbarrar em conflitos de interesse, prejudicando essencialmente seu julgamento objetivo e direcionando sua tomada de decisão em favor de interesses pessoais ou coletivos.
Tal situação suscita um questionamento fundamental dos princípios fundamentais do mercado de ideias — um conceito que pressupõe um ambiente livre, transparente e competitivo onde as melhores idéias sobem naturalmente ao topo. No entanto, quando a autoridade e, portanto, o poder, é infundida neste mercado, ela tende a corromper a própria mecânica deste sistema. Ele inclina a balança a favor daqueles que detêm esse poder, permitindo-lhes manipular os resultados. A troca de idéias, que originalmente pretendia ser um processo aberto e imparcial, torna-se um jogo estratégico, impulsionando o surgimento de idéias que servem aos poderosos e reprimem aquelas que os desafiam.
Essa corrupção do mercado de idéias tem implicações significativas. O mais preocupante entre eles é o surgimento de um mundo cheio de idéias prejudiciais que são propagadas não por causa de seu valor ou utilidade inerente, mas porque beneficiam os poderosos. A verdade é que o poder desregulado no mercado de idéias geralmente facilita a sobrevivência e a proliferação de idéias prejudiciais, ofuscando aquelas que são genuinamente benéficas para a sociedade. Torna-se assim imperativo reconhecer esta realidade e trabalhar no sentido de criar um sistema que promova a troca justa e imparcial de idéias.